sábado, 28 de maio de 2016

JOSEPH GLEBER - A Biografia, por Robson Pinheiro no Livro "Medicina da Alma"

Biografia de Joseph Gleber 
  POR ROBSON PINHEIRO 


"JOSEPH GLEBER nasceu na cidade de Hoffenbach, na Alemanha, no dia 15 de agosto de 1904. Era filho de judeus e, como tal, encontrou dificuldades para completar seus primeiros anos de estudo, devido ao imenso preconceito reinante e à frieza com que era tratado, embora tenha nascido em território alemão. Depois de muito trabalho, de muita luta, dedicou-se com afinco aos estudos, transferindo-se posteriormente para a capital. 

No Instituto de Física da Alemanha fez o curso superior, graduando-se em física. Em seguida, viajou para a Áustria, onde se aperfeiçoou na Universidade de Viena. Ainda na capital austríaca, aproveitou o tempo para estudar medicina, o que lhe foi de imenso proveito, pois sabia, por intuição, que mais tarde enfrentaria grandes lutas em seu país, sendo um judeu nascido na Alemanha, e poderia beneficiar outras pessoas com o seu conhecimento a respeito da saúde e das enfermidades. 

Após longa permanência na cidade de Viena, enamorou-se de uma jovem, igualmente filha de judeus, comerciantes da capital austríaca, cujo nome era Herta Misloy, nascida em Salzburg, na Áustria. Casando-se com ela, voltou para a Alemanha, indo morar em Berlim, onde passou a trabalhar com medicina e a lecionar física em comunidades judaicas, principalmente para aqueles mais pobres, atendendo gratuitamente em sua atividade médica.

Em 1935 teve um filho, Rudolph, e outro em 1936, de nome Kleine, quando a saúde de sua esposa veio requerer maiores cuidados de sua parte. Passado o transtorno, pôde, em seguida, desenvolver longo contato com Enrico Fermi (1901-1954), físico italiano, o que lhe possibilitou maior aprofundamento em pesquisas atômicas junto com alguns cientistas que realizaram, na época, pesquisas nessa área. 

Após esse período, em conseqüência dos estudos a que se dedicou em Viena, das muitas publicações que fizera em boletins especializados e, principalmente, das pesquisas realizadas sob a orientação de Albert Einstein (1879-1955) e outros grandes cientistas de então, Joseph Gleber foi convocado pelo governo da Alemanha para ingressar em sua equipe de física, pois seu conhecimento era tal que despertava admiração nos físicos e estudiosos do regime nazista.

Logo no início da Segunda Guerra, em 1939, foram confinados em campos de estudo e laboratórios completos, que lhes foram cedidos para que desenvolvessem tecnologias com vistas ao aperfeiçoamento dos combustíveis utilizados pelos alemães. 

O Dr. Joseph Gleber não sabia que esses combustíveis alimentariam as destrutivas bombas voadoras, desenvolvidas por outro físico, as quais espalharam muito sangue na Inglaterra e fizeram sofrer multidões de vidas inocentes. 

Os nazistas eram muito desconfiados e subdividiam seu trabalho em equipes independentes, para evitar espionagem, coisa natural num tempo de guerra. Por isso, essas pesquisas eram realizadas em etapas, de modo que apenas certos comandantes da inteligência hitlerista pudessem ajuntar as partes pesquisadas e montar o quebra-cabeça, isto é, chegar ao produto final. Isso se dava em todas as áreas, conforme nos relata o amigo Joseph Gleber. 

Após a ofensiva na Inglaterra, os cientistas foram trocados de lugar, por razões de segurança, pois alguns deles estavam ilhados, sem muito contato com o comando supremo nazista. Foram todos orientados a desenvolver estudos e experiências, manipulando certos dados que lhes dariam subsídio para a criação da bomba atômica, pois, naquela época, já se sabia muito a respeito do assunto.

O governo de Hitler indicou pessoas de sua confiança — alguns cientistas como Joseph Gleber, Oppenheimer1 e outros físicos — para realizar os testes necessários à construção de uma bomba nuclear, visando à possível vitória sobre os outros países, a fim de submetê-los ao domínio tirano. (1)

Joseph Gleber relata que percebeu a tempo o que se passava e as conseqüências, caso se dedicasse ao desenvolvimento desse projeto. Resolveu, então: não terminaria a parte que lhe competia, adiando ao máximo a sua conclusão. Muito embora os demais cientistas do regime já tivessem acabado o trabalho que lhes cabia, de nada adiantava, pois dependiam do seu, e ele nunca o dava por encerrado. Fala-os o amigo Joseph Gleber:

Oppenheimerjá terminara aquilo que lhe fora confiado nos estudos e experiências relativos à bomba; Von Brown, já muito adiantado em seus estudos, unira-se a outros cientistas afim de mais rapidamente promover o poderio alemão; outros companheiros terminaram os testes e desenvolveram a sua parte, conforme foram solicitados, e eu, apenas, atrasava a minha parte, por chegar à conclusão de que não deveria participar desse projeto terrível.

 Foi quando o alto escalão do governo resolveu cobrar-me a parte confiada, pois, sem ela, não poderiam concretizar os planos da bomba atômica, e então descobriram que eu estivera protelando esse tempo todo, justamente para adiar o resultado, até que houvesse alguma interferência para impedir os desvarios do comando supremo da Alemanha. Sem as minhas pesquisas, ficariam impossibilitados de qualquer realização na área atômica. 

A minha decisão fora tomada após muitas lutas intimas, pois eu sabia quais  riscos correria. Não somente eu, mas também minha família. Após meditar muito, recorrendo aos valores morais adquiridos em anos de lutas e dificuldades interiores, não hesitei. Preferi sacrificar a mim e aos meus a sentir na consciência o peso da destruição de milhões de vidas inocentes que sucumbiriam, caso a Alemanha obtivesse o domínio da bomba atômica. 

Continuando, o amigo espiritual falou-nos: 

E assim, no dia 13 de abril de 1942, fui levado, com minha mulher e meus dois filhos, para dentro de um forno crematório, e fomos todos cremados vivos. 

Até hoje me alegro por haver tomado essa decisão; pude constatar que foi graças a ela que o poder do lll Reich não logrou seus intentos em muitas de suas iniciativas. Com certeza, os imortais que dirigem o nosso mundo confiaram em mim, e, em virtude dessa confiança e das convicções de meu espírito quanto aos valores eternos, continuei deste lado da vida a trabalhar para que meus irmãos pudessem compreender e valorizar a vida sob qualquer forma que ela se manifeste, com o apoio da Providência. Tenho certeza de que aquilo que realizei foi indicado por nossos amigos do mais alto, e, sendo assim, fui convidado a promover o estudo e o trabalho que auxilie nas tarefas às quais me dedico. 

Agora, através deste trabalho — fazendo-se sempre presente , ora através da vidência, ora da audição e, na maioria das vezes, pela psicografia —, o amigo espiritual vem brindar-nos com alguns esclarecimentos acerca de diversos temas, embora todos tenham como cerne as questões que dizem respeito à saúde espiritual. 

(1)    O nome de Oppenheimer é geralmente associado ao domínio da tecnologia nuclear e ao desenvolvimento da bomba atômica por parte dos EUA . Questionado sobre o porquê de relacioná-lo entre os cientistas "de confiança do regime nazista", apontando-o como agente a serviço de Hitler — o que aparentemente constituiria um engano — o autor espiritual determinou que se mantivesse o nome do célebre pesquisador exatamente no contexto em que é citado. Segundo ele, compete às pesquisas humanas estabelecer os laços entre Oppenheimer e o governo totalitário; embora esse fato possa não estar demonstrado nas evidências conhecidas do grande público, prefere sustentar aquilo que, de acordo com seu ponto de vista espiritual, corresponde à verdade histórica.