sábado, 31 de maio de 2014

Curiosidades sobre Ermance Dufaux.


Quem foi Ermance Dufaux?


Médium historiadora, desde os 12 anos de idade ela era acometida por crises de ausência e, em transe, transmitia mensagens atribuídas aos mortos.
 
Preocupado, o pai Sr. Dufaux, de família católica, recorreu a um amigo médico Cleve de Maldigny, estudioso dos "fluidos invisíveis", e ouviu dele um diagnóstico alarmante.
 
A doença se chamava mediunidade. Era uma epidemia recente, vinda da América. Uma moléstia mental altamente contagiosa, que fazia vítimas na Alemanha, na Inglaterra e agora na França. O mal atacava principalmente as moças sensitivas, mais sujeitas à ação magnética. Teria cura?
 
Quinze dias depois, Ermance sofreu mais uma crise ervosa e o pai a levou ao amigo médico, em Versalhes, sem revelar à filha a tal doença misteriosa.
 
Após breve conversa, o doutor Maldigny pôs um lápis entre os dedos da paciente e a enfermeira Rosette pousou as mãos sobre  mão da menina enquanto balbuciava uma oração encerrada de maneira
inusitada.
 
Ermance não conseguiu conter a risada nervosa enquanto equilibrava o lápis no papel, mas engoliu o riso quando viu o objeto se mover à sua revelia até escrever:
 
- Minha risonha Ermance.
 
O médico não teve dúvida, diagnóstico confirmado: mediunidade.

Publicou os Livros "Vida de Luís IX", autobiografia póstuma, escrita por ele mesmo. Depois o Livro " A história de Joana D'Arc, também ditado por ela mesma através da Médium Ermance Dufaux.
 

Mensagens de Chico Xavier









quinta-feira, 29 de maio de 2014

Depressão e Felicidade! Reflexão...

Segundo o Espírito ERMANCE DUFAUX , a Depressão é a condição da alma que começa a resgatar o encontro com a verdade sobre si mesma depois de milênios nos labirintos da ilusão.

E onde mora a felicidade?

A felicidade Terrestre é relativa a posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro.

Haverá contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?

Com relação a vida material, é a posse do necessário.

Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.

Consciência tranquila e prazer de viver , a maior conquista das pessoas livres e felizes.

Refletindo...

- Se você tem o necessário, você já é feliz e talvez não saiba porque provavelmente está se ocupando como o supérfluo!

- Se você tem a consciência tranquila em relação aos seus atos e suas conquistas, e ainda acredita que o futuro será melhor, você já é feliz e talvez não saiba.



Depressão e Solução!

"O Planeta em todas as latitudes experimentará uma LONGA NOITE  de dores psicológicas, em cujo bojo despontará UM HOMEM NOVO E MELHORADO em busca de Tesouros Sublimes, ainda desconhecidos em sua intimidade."

A solução vem da própria mente. A terapêutica está no imo da criatura.

Aprender a ouvir os ditames da consciência: eis o que poucos fazem quando se encontram sob sanção da depressão.

Esse é o estado denominado "consciência tranquila", ou seja, quando o self supera as tormentas da culpa e do medo, da ansiedade e do instinto de posse.

Aprendendo a arte de ouvir esse guia infalível, a criatura caminha para o sossego íntimo, a serenidade, a plenitude, a alegria.

Nos apelos da consciência encontraremos o receituário para a liberdade e a paz, o equilíbrio e o progresso.

A ingestão dessa medicação amarga  será uma batalha sem tréguas, porque aderir aos ditames conscienciais, significa, antes de tudo, deixar de desejar o que se quer para fazer o que se deve.

Nessa escola de novas aprendizagens, a alma fará cursos intensivos de novos costumes e emoções através do aprendizado de olhar para si.


Pelo Espírito: ERMANCE DUFAUX
Autor: Wanderley S. de Oliveira
Livro: Escutando Sentimentos.

Depressão e a Transição Planetária!

Sabe-se que, do ponto de vista espiritual,  o Planeta Terra vive um momento de Transição Planetária desde o início do século XXI, quando a Terra iniciou o processo de transformação de Mundo de Provas e Expiações para o Mundo de Regeneração.

Neste momento da transição em que os avanços científicos classificam a Depressão dentro de limites e códigos, é necessário ampliar a lente das investigações para analisa-la como estado interior de inadequação com a vida, que limita o Espírito para plenificar-se, existir, ser em plenitude.

Seu traço psíquico predominante é a DIMINUIÇÃO OU AUSÊNCIA DE PRAZER em quaisquer níveis que se manifeste.

Portanto, dilatando as classificações dos respeitáveis códigos humanos, vamos conceitua-la como sendo o SOFRIMENTO MORAL CAPAZ DE REDUZIR OU RETIRAR A ALEGRIA DE VIVER.

Bilhões e bilhões de homens, na vida física e extrafísica, estão deprimidos ou constroem "estufas psíquicas"  para futuras depressões reconhecidas pela ótica clínica.

Arrastam-se pela animalidade e o mundo racional. Lutam para se livrar da pesada crisálida magnética dos instintos e assumir sua gloriosa condição de filhos de Deus e co-criadores na Obra Paternal.

Vivem mas não sabem existir. Perambulam, quase sempre, na alegria de possuir e raramente alcançam o prazer de ser.

Ora escravos das lembranças do passado ora atormentados pelo medo do futuro. Jornadeiam sob grilhões do ego recusando os apelos do self.

Esse conceito maleável da doença  explica o lamentável estado de inquietude interior que assola a humanidade. A vontade lúcida do Espírito em busca da liberdade.

Pelo Espírito: ERMANCE DUFAUX
Autor: Wanderley S. de Oliveira
Livro: Escutando Sentimentos.

Depressão e Espírito!

Desde as crises ocasionais da depressão reativa até os quadros mais severos que avança, aos sombrios labirintos da psicose, encontramos no cerne da enfermidade o Espírito, recusando os alvitres da vida.

Através das reações demonstra a sua insatisfação em concordar com a Vontade Divina acerca de Seus Desígnios, em flagrante desajuste.

Rebela-se entre a morte e a perda, a mudança e o desgosto, a decepção e os desafios do caminho, criando um litígio com Deus, lançando a si mesmo nos leitos amargos da inconformação e da revolta, do ódio e da insanidade, da apatia e do sofrimento moral.



Pelo Espirito ERMANCE DUFAUX.
Autor: Wanderley S. de Oliveira
Livro: Escutando Sentimentos.

O que é Depressão?

Depressão é uma intimação das Leis da Vida convocando a alma a mudanças inadiáveis.

É a "doença-prisão" que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos.

Vício sedimentado em milênios de orgulho e rebeldia por não aceitar as frustrações do ato de viver.

Em tese, a depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.

Pelo Espirito ERMANCE DUFAUX.
Autor: Wanderley S. de Oliveira
Livro: Escutando Sentimentos.

Reflexão sobre o viver!

A alegria da vida está em vencer obstáculos e as dificuldades que se apresentam para nós.
É preciso se sensibilizar com a possibilidade de que muitas das nossas provações são consequências de nossas faltas cometidas em outras vidas e que por isso, não encontramos explicação para muitos dos nossos sofrimentos na vida presente.
Observe o lado positivo dos momentos difíceis de sua vida, e reflita de que forma aquela sua dor pode ser útil na sua evolução, bem como , para aqueles que o cercam.
Só iremos compreender e sentir essa alegria no dia em que tivermos a consciência  de que somos espíritos encarnados no propósito de evoluírmos intelectual e , sobretudo, moralmente e que esta é a única condição de auto transformação que viabilizará a prática do bem e do amor ao próximo.
Vida e Paz!

SENTIR-SE AMADO, pelo Espírito ERMANCE DUFAUX.




Sentindo-se amado, pouco a pouco, terá motivos para abandonar as expressões de inferioridade que lhe tortura. Por fim, descobrirá o quanto somos amados, incondicionalmente, pelo Criador que, em Sua Generosidade Excelsa, nos aguarda no espírito glorioso de Filhos de Sua Obra.

Oremos juntos por esse instante de luz:

Senhor,

Tem piedade das nossas necessidades!

Auxilia-nos a sustentar o perdão com as imperfeições que ainda carregamos na intimidade.

Ensina-nos a nos amar, Senhor! A aceitar-nos como somos e a buscar a melhora gradativa. Fortalece nossa capacidade de amar a fim de estendermos a luz da compaixão em relação às falhas que cometemos.

Estende-nos Tuas mãos compassivas! Unge-nos com misericórdia as dores da angústia de viver trazendo por dentro as sombras do passado!

Ampara-nos, Divino Pastor, para jamais esquecermos as vitórias já alcançadas. Que elas nos sirvam de estímulo!

Ante as lutas e conflitos da alma, abençoe-nos sempre, Senhor, para que nunca desistamos de combater-nos.

Obrigada, Jesus, por nos incluir em Teu amor infinito, sem o qual não teríamos forças para nos suportar.

Obrigada, Senhor! Hoje e sempre, obrigada!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS-Da prece pelos mortos e pelos espíritos sofredores


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.

DA PRECE PELOS MORTOS E PELOS ESPÍRITOS SOFREDORES

“18 – Os Espíritos sofredores reclamam preces, e estas lhe são de utilidade, pois ao verem que são lembrados, sentem-se menos abandonados e menos infelizes. Mas a prece tem sobre eles uma ação mais direta: renegue-lhes a coragem, excita-lhes o desejo de se elevarem, pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não somente aliviar, mas abreviar-lhes os sofrimentos. (Ver Céu e Inferno, II ª parte: Exemplos).”

            19 – Algumas pessoas não admitem a prece pelos mortos, porque acreditam que a alma só tem uma alternativa: ser salva ou condenada às penas eternas. Num e noutro caso, portanto, a prece seria inútil. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos por um instante a realidade das penas eternas e irremissíveis, e que as nossas preces sejam impotentes para interrompê-las. Perguntamos se mesmo com essa hipótese, é lógico, é caridoso, é cristão, recusar a prece pelos réprobos? Essas preces, por mais importantes que sejam para libertá-los, não serão para eles uma prova de piedade, que poderá minorar lhes os sofrimentos? Na Terra, quando um homem é condenado à prisão perpétua, mesmo que não haja nenhuma esperança de obter-se a graça para ele, é proibido a uma pessoa caridosa auxiliá-lo a carregar o peso dos grilhões? Quando alguém está atacado de mal incurável, não havendo portanto nenhuma esperança de cura, deve-se abandoná-lo sem nenhum alívio? Pensai que entre os réprobos pode estar uma pessoa que vos seja cara: um amigo talvez um pai, a mãe ou um filho, e só porque, segundo julgais, essa criatura não pode ser perdoada, poderíeis recusar-lhe um copo d´água para mitigar a sede, um bálsamo para secar-lhe as feridas? Não faríeis por ela o que faríeis por um prisioneiro? Não lhe daria uma prova de amor, uma consolação? Não, isso não seria cristão!

Uma crença que endurece o coração não pode conciliar-se com a crença num Deus que coloca, como o primeiro de todos os deveres, o amor do próximo!

            Negar a eternidade das penas não implica negar uma penalidade temporária, mesmo porque, na sua justiça, Deus não pode confundir o mal com o bem. Ora, nesse caso, negar a eficácia da prece seria negar a eficácia da consolação, dos estímulos e dos bons conselhos; e isso equivaleria a negar a força que haurimos da assistência moral dos que nos amam.

            20 – Outros se fundam numa razão mais especiosa: a imutabilidade dos desígnios divinos. Deus, dizem, eles, não pode modificar as suas decisões a pedido das criaturas, pois caso contrário nada seria estável no mundo. O homem nada tem, portanto, de pedir a Deus, cabendo-lhes apenas submeter-se e adorá-lo.

            Há nesta ideia uma falsa interpretação da imutabilidade da lei divina, ou melhor, ignorância da lei, no que concerne à penalidade futura. Essa lei é revelada pelos Espíritos do Senhor, hoje que o homem já amadureceu para compreender o que, na lei, é conforme ou contrário aos atributos divinos.

            Segundo o dogma da eternidade absoluta das penas, nem os remorsos nem o arrependimento são considerados a favor do culpado. Para ele, todo o desejo de melhorar-se é inútil: está condenado a permanecer eternamente no mal. Se foi condenado, entretanto, por um determinado tempo, a pena cessará no fim do prazo. Mas quem pode afirmar que ele terá então melhorado os seus sentimentos? Quem dirá que, a exemplo de muitos condenados da Terra, ao sair da prisão, ele não será tão mau quanto antes? No primeiro caso, seria manter sob a dor do castigo um homem que se tornara bom; no segundo, seria agraciar aquele que continua culpado. A lei de Deus é mais previdente: sempre justa, equitativa e misericordiosa, não fixa nenhuma duração para a pena, qualquer que seja. Ela se resume assim:

            21 – “O homem sofre sempre a consequência das suas faltas; não há uma única infração à lei de Deus, que não tenha a sua punição”.

            “A severidade do castigo é proporcional à gravidade da falta”.

            “A duração do castigo, para qualquer falta, é indeterminada, pois fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno ao bem; assim, a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se a obstinação o fosse; é de curta duração, se o arrependimento vir logo”.

            “Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas o simples remorso não basta: é necessária a reparação da falta. É por isso que o culpado se vê submetido a novas provas, nas quais ele pode, sempre pela sua própria vontade, fazer o bem para a reparação do mal anteriormente praticado”.

            “O homem é assim o árbitro constante da sua própria sorte. Ele pode abreviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente. Sua felicidade ou sua desgraça depende da sua vontade de fazer o bem”.

            Essa é a lei; lei imutável e conforme a bondade e à justiça de Deus.

            O Espírito culpado e infeliz, dessa maneira, pode sempre se salvar a si mesmo: a lei de Deus lhe diz sob quais condições ele pode fazê-lo. O que geralmente lhe falta é à vontade, a força e a coragem. Se, pelas nossas preces, lhe inspiramos essa vontade, se o amparamos e encorajamos; se, pelos nossos conselhos, lhe damos as luzes que lhe faltam, em vez de solicitar a Deus que derrogue a sua lei, tornamo-nos instrumentos da execução dessa lei de amor e caridade, da qual ele assim nos permite participar, para darmos nós mesmos uma prova de caridade. (Ver Céu e Inferno, I ª parte, caps. IV, VII e VIII).

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS-Alegria da Prece


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.

ALEGRIA DA PRECE


“23. Vinde, vós que quereis crer: os Espíritos celestes acorrem e vêm anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre seus tesouros para vos dar todos os seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quanto a fé faz bem ao coração e leva alma ao arrependimento e à prece! A prece! Ah! Como são tocantes as palavras que saem da boca que ora! A prece é um orvalho divino que destrói o maior calor das paixões: filha primogênita da fé, ela nos conduz ao caminho que nos leva a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus, para vós não há mais mistérios, eles se vos revelam. Apóstolos do pensamento, para vós é a vida; vossa alma se desliga da matéria e rola nesses mundos infinitos e etéreos que os pobres humanos desconhecem. ”


“Marchai, marchai nos caminhos da prece e ouvireis a voz dos anjos. Que harmonia! Não mais os ruídos confusos e a entonação aguda da Terra; são as liras dos arcanjos, a voz doce e suave dos serafins, mais leves que as brisas da manhã, quando brincam nas folhagens dos vossos grandes bosques. Em que delícias caminhareis! Vossa linguagem não poderá definir essa felicidade, tanto entrará por todos os poros, tanto a fonte na qual bebe, orando, é viva e refrescante! Does vozes, embriagadores perfumes que a alma ouve e saboreia quando se lança a essas esferas desconhecidas e habitadas pela prece! Sem mistura de desejos carnais, todas as aspirações são divinas. E vós, também, orai com o Cristo, levando sua cruz do Gólgota ao Calvário; levai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que passavam em sua alma, embora carregado de um madeiro infamante; ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai, (Santo Agostinho, Paris, 1861).”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS-Preces Inteligíveis


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.

PRECES INTELIGÍVEIS

“16Se eu pois não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo; e o que fala, sê-lo-á para mim do mesmo modo. Porque se eu orar numa língua estrangeira, verdade é que o meu espírito ora, mas o meu entendimento fica sem fruto. Mas se louvares com o espírito, o que ocupa o lugar do simples povo como dirá Amém sobre a tua benção, visto não entender ele o que tu dizes? Verdade é que tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. (Paulo, I Coríntios, XIV: 11 – 14,  16-17).”

·       A prece só tem valor pelo pensamento que a informa. Ora, é impossível ligar um pensamento àquilo que não se compreende, pois o que não se compreende não pode tocar o coração.

·        Para a grande maioria, as preces numa língua desconhecida não passam de mistura de palavras que nada dizem ao espírito.

·       Para que a prece toque o coração, é necessário que cada palavra revele uma ideia, e se não a compreendermos, ela não pode revelar nenhuma. Podemos repeti-la como simples fórmula, cuja virtude estará apenas no menor ou maior número das repetições.

·       Muitos oram por dever, alguns, mesmo, para seguir o costume; eis porque eles se julgam quites com o dever, depois de uma prece repetida por certo número de vezes e segundo determinada ordem.

·       Mas Deus lê no íntimo dos corações; perscruta o nosso pensamento e a nossa sinceridade; e considerá-lo mais sensível à forma do que ao fundo seria rebaixá-lo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS-Ação da Prece-Transmissão do Pensamento


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.

AÇÃO DA PRECE

TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO

·       A prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o ser a que nos dirigimos.

·       Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou um louvor.

·       Podemos orar por nós mesmos ou pelos outros, pelos vivos ou pelos mortos.

·       As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus.

·       Quando oramos para outros seres, e não para Deus, aqueles nos servem apenas de intermediários, de intercessores, porque nada pode ser feito sem à vontade de De


O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera.

Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.

            A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.

            Esta explicação se dirige sobretudo aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar compreensíveis os seus efeitos, ao mostrar que ela pode exercer ação direta e positiva. Nem por isso está menos sujeita à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, e único que pode dar eficácia à sua ação.

Pela prece...

·       O homem atrai o concurso dos Bons Espíritos, que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos.

·       Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, quando dele se afastou; e assim também podem desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas.

·       Um homem, por exemplo, sente a sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta, até o fim dos seus dias, uma vida de sofrimento. Tem o direito de queixar-se, se não conseguir a cura? Não, porque poderia encontrar na prece a força para resistir às tentações.

            12 – Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo uma a dos que o homem não pode evitar, e outra a das atribuições que ele mesmo provoca, por sua incúria e pelos seus excessos. (Ver cap. V, nº 4), veremos que esta última é muito mais numerosa que a primeira. Torna-se pois evidente que o homem é o autor da maioria das suas aflições, e que poderia poupar-se, se agisse sempre com sabedoria e prudência.

            É certo, também, que essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus, e que, se as observássemos rigorosamente, seríamos perfeitamente felizes.

·       Se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças.

·       Se limitássemos as nossas ambições, não temeríamos a ruína. Se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não recearíamos a queda.

·       Se fossemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido.

·       Se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maledicentes, nem invejosos, nem ciumentos, e evitaríamos as querelas e as dissensões.

·       Se não fizéssemos nenhum mal a ninguém, não teríamos de temer as vinganças, e assim por diante.

Admitamos que o homem nada pudesse fazer contra os outros males; que todas as preces fossem inúteis para livrar-se deles; já não seria muito, poder afastar todos os que decorrem da sua própria conduta? Pois bem: neste caso concebe-se facilmente a ação da prece, que tem por fim atrair a inspiração salutar dos Bons Espíritos, pedir-lhes a força necessária para resistirmos aos maus pensamentos, cuja execução pode nos ser funesta. E, para nos atenderem nisto, não é o mal que eles afastam de nós, mas é a nós que eles afastam do pensamento que nos pode causar o mal; não embaraçam em nada os desígnios de Deus, nem suspendem o curso das leis naturais, mas é a nós que impedem de infringirmos as leis, ao orientarem o nosso livre arbítrio. Mas o fazem sem o perceberem, de maneira oculta, para não prejudicarem a nossa vontade.

O homem se encontra então na posição de quem solicita bons conselhos e os segue, mas conservando a liberdade de segui-los ou não. Deus quer que assim seja, para que ele tenha a responsabilidade dos seus atos e para lhe deixar o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem sempre receberá, se pedir com fervor, e ao que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis”.

            A eficácia da prece, mesmo reduzida a essas proporções, não daria imenso resultado? Estava reservado ao Espiritismo provar a sua ação, pela revelação das relações entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Mas não se limitam a isso os seus efeitos. A prece é recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que se poderia fazer.

            13 – Ao atender o pedido que lhe é dirigido, Deus tem frequentemente em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Eis porque a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus, e sempre maior eficácia. Porque o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que só o sentimento da verdadeira piedade pode dar. Do coração do egoísta, daquele que só ora com os lábios, não poderiam sair mais do que palavras, e nunca os impulsos da caridade, que dão à prece toda a sua força. Compreende-se isso tão bem que, instintivamente, preferimos recomendar-nos às preces daquela cuja conduta nos parece que deve agradar a Deus, pois que são melhores escutados.

            14 – Se a prece exerce uma espécie de ação magnética, podemos supor que o seu efeito estivesse subordinado à potência fluídica. Entretanto, não é assim. Desde que os Espíritos exercem esta ação sobre os homens, eles suprem, quando necessário, a insuficiência daquele que ora, seja através de uma ação direta em seu nome, seja ao lhe conferirem momentaneamente uma força excepcional, quando ele for julgado digno desse benefício ou quando isso possa ser útil.

            O homem que não se julga suficientemente bom para exercer uma influência salutar, não deve deixar de orar por outro, por pensar que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em conta a sua intenção caridosa. Seu fervor e sua confiança em Deus constituem o primeiro passo do seu retorno ao bem, que os Bons Espíritos se sentem felizes de estimular. A prece que é repelida é a do orgulhoso, que só tem fé no seu poder e nos seus méritos, e julga poder substituir-se à vontade do Eterno.

            15 – O poder da prece está no pensamento, e não depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que é feita. Pode-se, pois, orar em qualquer hora, a sós ou em conjunto. A influência do lugar ou do tempo depende das circunstâncias que possam favorecer o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se cada qual agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas cem. (Ver cap. XXVIII, nº 4 e 5 ).

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS- Eficácia da Prece


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.


EFICÁCIA DA PRECE

            5 – Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão. (Marcos, XI: 24)

            6 – Há pessoas que contestam a eficácia da prece, entendendo que, por conhecer Deus as nossas necessidades, é desnecessário expô-las a Ele. Acrescentam ainda que, tudo se encadeando no universo através de leis eternas, nossos votos não podem modificar os desígnios de Deus.

            Há leis naturais e imutáveis, sem dúvida, que Deus não pode anular segundo os caprichos de cada um. Mas daí a acreditar que todas as circunstâncias da vida estejam submetidas à fatalidade, a distância é grande. Se assim fosse, o homem seria apenas um instrumento passivo, sem livre arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a fronte ante os golpes do destino; sem procurar evitá-los; não deveria esquivar-se dos perigos. Deus não lhe deu o entendimento e a inteligência para que não os utilizasse, a vontade para não querer, a atividade para cair na inação.

 O homem sendo livre de agir, num ou noutro sentido, seus atos têm, para ele mesmo e para os outros, consequências subordinadas às suas decisões. Em virtude da sua iniciativa, há portanto acontecimentos que escapam, forçosamente, à fatalidade, e que nem por isso destroem a harmonia das leis universais, da mesma maneira que o avanço ou atraso dos ponteiros de um relógio não destrói a lei do movimento, que regula o mecanismo do aparelho. Deus pode, pois, atender a certos pedidos sem derrogar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, dependendo sempre o atendimento da sua vontade.

            7 – Seria ilógico concluir-se, desta máxima: “Aquilo que pedirdes pela prece vos será dado”, que basta pedir para obter, e injusto acusar a Providência se ela não atender a todos os pedidos que lhe fazem, porque ela sabe melhor do que nós o que nos convém. Assim procede ao pai prudente, que recusa ao filho o que lhe seria prejudicial. O homem, geralmente, só vê o presente; mas, se o sofrimento é útil para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o doente sofrer a operação que deve curá-lo.

            O que Deus lhe concederá, se pedir com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. E o que ainda lhe concederá, são os meios de se livrar das dificuldades, com a ajuda das ideias que lhe serão sugeridas pelos Bons Espíritos, de maneira que lhe restará o mérito da ação. Deus assiste aos que se ajudam a si mesmos, segundo a máxima: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, e não aos que tudo esperam do socorro alheio, sem usar as próprias faculdades. Mas, na maioria das vezes, preferimos ser socorridos por um milagre, sem nada fazermos. (Ver cap. XXV, nº 1 e segs.)

            8 – Tomemos um exemplo. Um homem está perdido num deserto; sofre horrivelmente de sede; sente-se desfalecer e deixa-se cair ao chão. Ora, pedindo a ajuda de Deus, e espera, mas nenhum anjo vem lhe dar de beber. No entanto, um Bom Espírito lhe sugere o pensamento de levantar-se e seguir determinada direção. Então, por um impulso instintivo, reúne suas forças, levanta-se e avança ao acaso. Chegando a uma elevação do terreno, descobre ao longe um regato, e com isso retoma a coragem. Se tiver fé, exclamará: “Graças, meu Deus, pelo pensamento que me inspiraste e pela força que me deste”. Se não tiver fé, dirá: “Que boa ideia tive eu! Que sorte eu tive, de tomar o caminho da direita e não o da esquerda; o acaso, algumas vezes, nos ajuda, de fato! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me haver deixado abater! ”.

            Mas, perguntarão, por que o Bom Espírito não lhe disse claramente: ”Siga este caminho, e no fim encontrarás o que necessitas”? Porque não se mostrou a ele, para guiá-lo e sustentá-lo no seu abatimento? Dessa maneira o teria convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que é necessário ajudar-se a si mesmo e usar as próprias forças. Depois, porque, pela incerteza, Deus põe à prova a confiança e a submissão à sua vontade. Esse homem estava na situação da criança que, ao cair, vendo alguém, põe-se a gritar e espera que a levantem; mas, se não vê ninguém, esforça-se e levanta-se sozinha.

            Se o anjo que acompanhou a Tobias lhes houvesse dito: “Fui enviado por Deus para te guiar na viagem e te preservar de todo perigo”, Tobias não teria nenhum mérito. Foi por isso que o anjo só se deu a conhecer na volta.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVII-PEDI E OBTEREIS- Condição da Prece


CAPÍTULO XXVII

PEDI E OBTEREIS

Condição da Prece. – Eficácia da Prece. – Ação da Prece. Transmissão do pensamento. – Preces inteligíveis. – Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores. – Instruções dos Espíritos.


CONDIÇÃO DA PRECE

·       Quando for orar, não seja como os hipócritas, que gostam de orar em pé na sinagoga, e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens; em verdade vos digo, que eles já receberam a sua recompensa.

·       Quando fostes orar, entra no seu quarto, e fechada à porta, ora a teu Pai em secreto; e teu Pai, que sabe o que precisas, te ajudará.

·       Quando estiver orando, se tiver alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também vosso Pai, que está nos Céus, vos perdoe os vossos pecados. Porque se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não há de perdoar vossos pecados. (Marcos, XI: 25-26)

            4 – As condições da prece foram claramente definidas por Jesus. Quando orardes, diz ele, não vos coloqueis em evidência, mas orai em secreto. Não fingi orar demasiado, porque não será pelas muitas palavras que serão atendidos, mas pela sinceridade delas. Antes de orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-a, porque a prece não poderia ser agradável a Deus, se não partisse de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade. Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, e não as vossas qualidades, e se vos comparardes aos outros, procurai o que existe de mal em vós. (Ver cap. X, nº 7 e 8).”


O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec - CAPÍTULO XXVI- dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente-Mediunidade Gratuita


CAPÍTULO XXVI

DAI GRATUITAMENTE O QUE RECEBESTES GRATUITAMENTE

Dom de curar. – Preces pagas. – Vendilhões expulsos do templo. Mediunidade gratuita.


MEDIUNIDADE GRATUÍTA


Médiuns modernos e os Apóstolos....

 Os médiuns modernos, — pois os apóstolos também tinham mediunidade, — receberam igualmente de Deus um dom gratuito, que é o de serem intérpretes dos Espíritos, para instruírem os homens, para lhes ensinarem o caminho do bem e levá-los à fé, e não para lhes venderem palavras que não lhes pertencem, pois que não se originam nas suas ideias, nem nas suas pesquisas, nem em qualquer outra espécie de seu trabalho pessoal.

Deus deseja que a luz atinja a todos, e não que o mais pobre seja deserdado e possa dizer: Não tenho fé, porque não pude pagar; não tive a consolação de receber o estímulo e o testemunho de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre. Eis porque a mediunidade não é um privilégio, e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar, seria portanto desviá-la de sua finalidade providencial.

           Qualquer pessoa que conheça as condições em que os bons Espíritos se comunicam, sua repulsa a todas as formas de interesse egoísta, e saiba como pouca coisa basta para afastá-los, jamais poderá admitir que Espíritos Superiores estejam à disposição do primeiro que os convocar a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante coisa.

Não seria ainda uma profanação, evocar por dinheiro os seres que respeitamos ou que nos são caros? Não há dúvida que podemos obter manifestações dessa maneira, mas quem poderia garantir-lhes a sinceridade?

Espírito levianos, mentirosos e espertos...inferiores...

Os Espíritos levianos, mentirosos e espertos, e toda a turba de Espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, atendem sempre a esses chamados, e estão prontos a responder ao que lhes perguntarem, sem qualquer preocupação com a verdade.

Aquele, pois, que deseja comunicações sérias, deve primeiro procurá-las com seriedade, esclarecendo-se quanto à natureza das ligações do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se conseguir a boa vontade dos bons Espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação: o mais absoluto desinteresse moral e material.

A questão moral e a natureza da faculdade (Mediunidade)...           

Ao lado da questão moral, apresenta-se uma consideração de ordem positiva, não menos importante, que se refere à própria natureza da faculdade.

A mediunidade séria ...

·       Não pode ser e não será jamais uma profissão, não somente porque isso a desacreditaria no plano moral, colocando os médiuns na mesma posição dos ledores da sorte, mas porque existe ainda uma dificuldade material para isso: é que se trata de uma faculdade essencialmente instável, fugida, variável, com a qual ninguém pode contar na certa. Ela seria, portanto, para o seu explorador, um campo inteiramente incerto, que poderia escapar-lhe no momento mais necessário.

·       Bem diversa é uma capacidade adquirida pelo estudo e pelo trabalho, e que, por isso mesmo, torna-se uma verdadeira propriedade, da qual é naturalmente lícito tirar proveito.

·        Não é nem uma arte nem uma habilidade, e por isso não pode ser profissionalizada.

·       Ela só existe graças ao concurso dos Espíritos; se estes faltarem, não há mediunidade, pois embora a aptidão possa subsistir, o exercício se torna impossível.

·        Não há, portanto, um único médium no mundo, que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento. Explorar a mediunidade, como se vê, é querer dispor de uma coisa que realmente não se possui. Afirmar o contrário é enganar os que pagam. Mas há mais, porque não é de si mesmo, que se dispõe, e sim dos Espíritos, das almas dos mortos, cujo concurso é posto à venda. Este pensamento repugna instintivamente. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a superstição, que provocou a proibição de Moisés.

·       O Espiritismo moderno, compreendendo o aspecto sério do assunto, lançou o descrédito sobre essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão. (Ver Livro dos Médiuns, cap. XXVIII, e Céu e Inferno, cap. XII).

Mediunidade curadora...

A mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente. E se há uma espécie de mediunidade que requer esta condição de maneira ainda mais absoluta, é a mediunidade curadora.

O médico oferece o resultado dos seus estudos, feitos ao peso de sacrifícios geralmente penosos;

O magnetizador, o seu próprio fluído, e frequentemente a sua própria saúde: eles podem estipular um preço para isso. O médium curador transmite o fluído salutar dos bons Espíritos, e não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os Apóstolos, embora pobres, não cobravam as curas que operavam.

   

Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor.

Os Espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida.

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