Ressurreição e Reencarnação -CAPÍTULO IV-Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo

CAPÍTULO IV

RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

RESSURREIÇÃO


SUPÕE O RETORNO À VIDA DO CORPO QUE MORREU, O QUE A CIÊNCIA DEMONSTRA SER MATERIALMENTE IMPOSSÍVEL, SOBRETUDO QUANDO OS ELEMENTOS DESSE CORPO, ESTÃO, DESDE HÁ MUITO, DISPERSOS E ABSORVIDOS
REENCARNAÇÃO

SEGUNDO O ESPIRITISMO,  A REENCARNAÇÃO É O RETORNO DA ALMA, OU ESPÍRITO, À VIDA CORPORAL, MAS EM UM OUTRO CORPO NOVAMENTE FORMADO PARA ELA, E QUE NADA TEM DE COMUM COM O ANTIGO.



O pensamento de que João Batista era o Elias e que os Profetas poderiam reviver sobre a Terra, se encontra em muitas passagens dos Evangelhos, o que pode ser visto no diálogo a seguir entre Jesus e Nicodemos, o Senador dos Judeus.
Se essa crença fosse um erro o próprio Jesus a teria combatido, porém ao contrário disso, ele a colocou como um princípio e uma condição necessária quando disse:

“NINGUÉM PODE VER O REINO DOS CÉUS SE NÃO NASCER DE NOVO; E INSISTE , AJUNTANDO: NÃO VOS ESPANTEIS DO QUE EU VOS DISSEM QUE É PRECISO QUE NASÇAIS DE NOVO.”





O  diálogo entre JESUS e NICODEMOS   


Ora, havia um homem entre os Fariseus. Chamado Nicodemos, Senador dos Judeus, que foi à noite encontrar Jesus e lhe disse:


- Mestre, sabemos que viestes da parte de Deus para nos instruir como um Doutor; porque ninguém poderia fazer os milagres que fazeis, se Deus não estivesse com ele.


Jesus lhe respondeu:


- Em verdade, em verdade eu vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.


Nicodemos lhe disse: 


- Como pode nascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez?


Jesus lhe respondeu:


- Em verdade, em verdade eu vos digo: Se um homem não renascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não vos espanteis do que eu vos disse, que é preciso que nasçais de novo. O Espírito sopra onde quer, e ouvis a voz, mas não sabeis de onde ele vem e para onde ele vai. Ocorre o mesmo com todo homem que é nascido do Espírito.


Nicodemos lhe respondeu:


- Como isso pode se dar?


Jesus lhe disse:


- Que! Sois mestre de Israel e ignorais essas coisas? Em verdade, em verdade vos digo que não dizemos senão o que sabemos, e que não testemunhamos senão o que vimos; e, entretanto, vós não recebeis nosso testemunho. Mas se não me credes quando vos falo das coisas da Terra como me crereis quando vos falar das coisas do céu? (São João, cap.III, v.de 1 a 12).


CONFLITOS DE INTERPRETAÇÕES


“ SE UM HOMEM NÃO RENASCE DA ÁGUA E DO ESPÍRITO” 
Foram as palavras interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo.
O texto primitivo era:
“NÃO RENASCE DA ÁGUA E DO ESPÍRITO”
A ÁGUA
Os conhecimentos antigos, sobre as ciências físicas, eram muito imperfeitos, pois acreditavam que a Terra tinha saído das águas e, por isso, consideravam a água como o elemento gerador absoluto.
Na Gênesis está dito:
“ o Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava na superfície das águas; que o firmamento seja feito no meio das águas; que as águas que estão abaixo do céu se reúnam em um só lugar; e que o elemento árido apareça; que as águas produzam os animais vivos que  nadem na água e os pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento.”
Essa crença gerou as seguintes SIMBOLOGIAS:
·       A ÁGUA tornara-se símbolo da NATUREZA MATERIAL;
·       O ESPÍRITO tornara-se símbolo da NATUREZA INTELIGENTE.

Em consequência dessas simbologias as palavras abaixo:
“ Se o homem não renasce da água e do Espírito”
Foram interpretadas assim:
“ Se o homem não renasce com o corpo e sua alma”
Quando Jesus disse:
 “ o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito”.
Jesus fez uma distinção positiva entre carne e Espírito, indicando claramente que o que procede da carne é carne e que o Espírito independe do corpo, uma vez que não se sabe de onde vem o Espírito, nem pra onde vai, nem como foi criado.
Essa passagem é a consagração do princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, da pluralidade das existências.
REFLEXÕES
PRINCÍPIO DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
As três VERSÕES que expressam claramente o princípio da pluralidade das existências:
“14. Mas quando o homem está morto uma vez, que seu corpo, separado do espírito, está consumido, em que se torna ele? O homem estando morto uma vez, poderia reviver de novo? Nessa guerra, em que me encontro todos os dias da minha vidam espero que minha transformação chegue. (Job, cap. XIV, v.10 , 14. Tradução de Le Maistre de Sacy).”
“ Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira; depois, onde está ele? Se o homem morre, reviverá? Esperarei todos os dias do meu combate, até aquele em que me chegue alguma transformação? (Idem. Tradução protestante de Osterwald).”
“ Quando o homem está morto, ele vive sempre; terminando os dias de minha existência terrestre, porque  a ela voltarei de novo .” (idem versão da Igreja Grega). "
LEI DE CAUSA E EFEITO
·       A reencarnação torna-se uma necessidade absoluta, como uma condição inerente à Humanidade, tornando-se uma lei natural.
·       Somente a reencarnação pode dizer ao homem:
o   De onde ele vem;
o   Para onde ele vai;
o   Porque está sobre a Terra;
o   Justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes que a vida apresenta.

·       O Princípio da preexistência da alma  e o Princípio da Pluralidade das existências são a chave para restituir o verdadeiro sentido às máximas escritas no Evangelho, e mal interpretadas por muitos.

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