terça-feira, 10 de junho de 2014

TALVEZ VOCÊ SEJA FELIZ E NÃO SAIBA!


TALVEZ VOCÊ SEJA FELIZ E NÃO SAIBA!

Depois de algum tempo trabalhando nas mediúnicas de desobsessão, doutrinando entidades obsessoras que viveram aqui na Terra, junto aos seus entes queridos, tenho me perguntado também, onde mora a felicidade?

Nós espíritas, à medida que vamos nos esclarecendo, desenvolvendo a consciência do saber viver em paz consigo e com o próximo, também ficamos aflitos, desanimados, apesar do clarão do saber interior que a Doutrina Espírita nos proporciona.

A Doutrina Espírita nos fortalece a cada dia, na fé, na esperança, na busca por um ideal de vida diferenciado do TER, porque valoriza o seu estado de evolução espiritual, que lhe é singular, dado por Deus.

Surge então, mais um questionamento...

Como pode a Humanidade com tantas adversidades que se apresentam, ter em cada ser humano uma identidade única de características, virtudes, defeitos tão adversos, consequentes do uso de seu livre arbítrio, isto é, a capacidade e liberdade de escolha que Deus nos concede como instrumento de evolução espiritual.

Como pode haver uma felicidade para tantas adversidades? Mas a felicidade não é exata, nem tem um padrão pré-fixado. As vezes o que a felicidade para uns é a infelicidade de outros.

Os Espíritas que estão comprometidos com a Doutrina como base para fortalecimento e equilíbrio espiritual, já que a Doutrina lhe chama a atenção para o uso contínuo da razão e do bom senso, enfrentam constantes momentos de angústia interior, na busca de uma paz que não se sabe ao certo o que é, e nem onde exatamente está. Há muitas dúvidas de fato, sobre a questão da paz interior e a felicidade porque não estão nas coisas do TER, como muitos pensam, mas precisam SER sentidas em sua plenitude pelo coração, porque está na questão do SER.

A pergunta que deveríamos fazer é ...

Onde está o SER? Ação de sentir com o coração, porque creio que a paz interior e a suposta felicidade de que tanto buscamos são simplesmente consequência.

Segundo o escritor Wanderley S. de Oliveira, através do Espírito Ermance Dufaux, em seu livro “Escutando Sentimentos”, n[os espíritas vivemos o período da maioridade das ideias espíritas, e que essa maioridade somente será alcançada com a instauração das atitudes de amor em nossas relações com o próximo, seja na família, no trabalho, com os amigos, e até com os desconhecidos a quem nos propomos a ajudar.

Para isso, precisamos estar voltados para o nosso mental, avaliando constantemente a origem dos nossos sentimentos porque é através desses sentimentos que vamos identificar a nossa cia moral e as verdadeiras intenções de sermos felizes.

Estamos vivendo um momento de transição planetária com a chegada do século XXI. Dentre as mudanças necessárias para que um Planeta passe de Provas e Expiações para ser um Planeta de Regeneração, para o qual estamos evoluindo, estão o caminho das habilidades emocionais, da prática do bem, do amor e do afeto porque o século XXI está destinado às questões do SER, do SENTIR, ao contrário do século XX, marcado fortemente pelas questões do TER, do POSSUIR.

É preciso ampliar e desenvolver os potenciais das virtudes humanas proposta da Doutrina Espírita do século XXI. As virtudes do saber amar, de ser benevolente, bondoso, misericordioso. Poderíamos elencar inúmeras virtudes do SER, mas há uma delas que pode significar o primeiro passo para ser feliz: se permitir errar de maneira consciente, sem se condenar por isso, porque o erro é um dos principais caminhos de aprendizagem e evolução.

É preciso que sejamos misericordiosos com nós mesmos, para que possamos perceber que também temos muito a evoluir.

O segundo passo após se permitir errar sem se condenar, é olhar para dentro de si e se perguntar... Qual foi o meu o erro? O que preciso mudar para não cometê-lo novamente? A quem eu atingi com o meu erro? Preciso me desculpar? A partir daí, você estará dando o primeiro passo para a realização da sua reforma íntima.

Errar... identificar o erro... lançar o olhar sobre o outro... adotar novos caminhos, novas posturas.

É preciso criar uma relação de empatia com os seus próprios sentimentos em sintonia com as suas ações, e sem se reprimir ou se envergonhar, e transformar-se no caminho do bem e do amor.

É preciso ainda, cuidar de si, amar a si mesmo e estar mais voltado para os verdadeiros sentimentos da alma.

Todas essas atitudes o levam ao crescimento pessoal, e lhe dá a oportunidade de que a cada sentimento, seja ele bom ou não, você possa se auto avaliar, e desenvolver estudos sobre o seu eu, sobre si mesmo.

Atualmente, tem-se verificado muito frequentemente entre as pessoas, que tudo aquilo que não se pode TER, transforma-se em problemas do SER, como a tristeza, angústias, desânimo, mau humor, a famosa depressão, irritação, melindres e insatisfação crônica.

Diante ainda da realidade do Brasil, com tantas desigualdades sociais, sob todos os aspectos, quando não se pode TER, por falta de condições financeiras, falta de educação familiar e falta de cultura educacional, fortalecem o caminho da marginalidade e dos desajustes sociais, aumentando sobretudo, a criminalidade do país.

Do ponto de vista espiritual, diante deste cenário de Terceiro Mundo, aumentam na mesma proporção, o nível de endividamento dessas entidades encarnadas, que ao desencarnarem amargarão o dissabor de perceber que jogaram fora mais uma oportunidade de evolução, que Deus lhe deu enquanto ser espiritual, por causa das questões do TER, na Terra.

Desperdiçaram as oportunidades de desenvolver as questões do SER, de serem amados, de serem consolados, de se educarem para o entendimento do SER íntimo de cada um.

As oportunidades carnais num país como o Brasil certamente não são iguais para todos. Porém, e preciso saber que o uso do livre arbítrio é um benefício Divino, dado por Deus, igualmente a todos, para fazer uso em seu crescimento ou derrota espiritual.

Importante saber que o Espirito ao encarnar, tem a consciência da sua necessidade de evoluir e que o mal uso desse benefício Divino tem consequências que somente ele poderá responder.

A questão 973 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, explica que não há dissensão possível para as torturas morais que constituem a punição de certos crimes cometidos pelos Espíritos, mas esses se vêm sujeitos a sofrimentos maiores, dentre os mais horríveis, pensarem que estão condenados sem remissão: um sentimento de condenação que segundo o Espírito Ermance Dufaux, incrustrado no psiquismo das criaturas humanas, não lhes permitem conhecer o prazer de viver, nem a saúde, e ratifica que a esmagadora maioria da população terrena, esteja situada nesse contexto, enfatizando um destrutivo sentimento de indignidade da vida psicológica dos homens.

Abrem-se as feridas da alma, que estão entre o abandono, a carência afetiva, a solidão, o fracasso, o medo. Poderia citar inúmeros jargões de efeitos psicológicos negativos da atual humanidade.

Porém, a questão é ... o que podemos fazer com esses sentimentos e como encontrar a melhor maneira de conviver com os nossos problemas?

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 13, Kardec diz que: “ Tereis, contudo, razão, se afirmardes que a felicidade se acha destinada ao homem nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. ”

É preciso aprender a viver as questões do SER imediatamente!

Observa-se na doutrinação de entidades desencarnadas e que já viveram aqui na Terra como nós, que esses sentimentos emocionalmente negativos, estão fortemente marcados no Espírito.

Há relatos de sentimentos contrários às leis de amor e do bem, como o ódio, a vingança, a mágoa, o medo, o desamor, a possessão, o apego material, a solidão, enfim, todos os sentimentos que marcam negativamente a vida Perispiritual da entidade, nitidamente inferior.

Nasce então, a reflexão mais comumente feita na atualidade... não seriam sintomas de Depressão? Mas como que um Espírito já desencarnado pode continuar sentindo depressão na vida espiritual?

Ao desencarnar, todo o véu do esquecimento lhe é retirado, e saber conviver diretamente com o lado “negro” da realidade do seu “eu”, exige preparo e equilíbrio emocional. Sem isso, as emoções negativs se fortalecem no Espírito. Daí a necessidade de esclarecimento espiritual para começar ainda na espiritualidade, o movimento de reforma íntima que se faz necessária no século XXI, para continuar a viver na Terra.

E quanto àqueles seres encarnados como não que tanto buscam essa tal felicidade, porque também tem cada vez mais depressão?

É preciso dar ouvidos aos nossos sentimentos mais íntimos que nada mais são, que as nossas buscas íntimas, as solicitações do nosso Espírito em melhorar, o que faz da depressão algo não tão ruim como se pinta.

O primeiro passo para compreendermos a depressão está em perceber que é uma busca do espírito em melhorar-se, e que por isso, não tão ruim como parece.

O lado ruim da depressão não é exatamente senti-la, é não conseguir perceber que é chegado o momento de mudar, de se transformar num ser melhor, não perfeito, apenas melhor a cada dia.

É preciso confrontar-se, olhar para o seu íntimo, rever conceitos, adotar novas ações.

Como bem definiu Wanderley S. de Oliveira, pelos Espírito Ermance Dufaux, em seu Livro Escutando Sentimentos, a depressão é uma intimação das leis da vida convocando a alma a mudanças inadiáveis, é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita par viver plenamente e não saber jamais o que e a felicidade real do SER.

Interessante aqui mencionar, que dentre os relatos das mediúnicas de desobsessão que acontecem na Casa da Caridade Irmã Elisabete, Salvador, Bahia, Brasil, doutrinando uma entidade revoltada, dizendo ter sido roubada por seu sócio em vida, se encontrava movido pelo sentimento de vingança e ocupa seu tempo na espiritualidade obsedando o suposto sócio, ainda encarnado aqui na Terra. Em meio aos muitos aconselhamentos que o doutrinador faz à entidade, foi-lhe perguntado se fora feliz na Terra com tanto dinheiro que dizia ter tido, e ele respondeu:

“-Ora minha filha, quem teve todo o dinheiro do mundo na Terra e não foi feliz, é porque a felicidade não existe! – eu estou aqui do outro lado e não encontrei nenhuma felicidade, ao menos aí eu podia ter tudo que quisesse. ”

Esse relato comprova claramente, que o traço psíquico das entidades que desencarnam, também é de ausência de prazer em quaisquer níveis que se manifeste, em razão do seu sofrimento moral capaz de reduzir ou retirar sua alegria de viver.

A entidade estava tão possessa por sentimentos inferiores que não conseguia perceber que a felicidade jamais seria encontrada no TER que o dinheiro poderia proporcionar, mas única e exclusivamente no SER.

O Espírito Ermance Dufaux, quando encarnado, foi uma menina que aos 12 anos de idade sofria de crises de transe, Publicou os Livros psicografados por ela, através de outros Espíritos como o livro "Vida de Luís IX", Depois o Livro " A história de Joana D'Arc, também ditado por ela mesma, faz apologia à questão da Depressão, definindo-a sob o enfoque espiritual com uma maestria Divina.

Que todos nós saibamos refletir nossas dores interiores nos esclarecimentos espirituais sobre a depressão, que pode se tornar a ponte para o estado de felicidade real.

Ermance faz um enfoque da depressão à Luz do Espírito Imortal vista sob a ótica de condutas rotineiras em nossas vidas:

·       “O desânimo no cumprimento do dever.

·       A insegurança obsessiva.

·       A ansiedade inexplicável.

·       A solidão em grupo.

·       A impotência perante o convite das escolhas.

·       A angustia da melhora.

·       A aterrorizante sensação de abandono.

·       Sentir-se inútil

·       Baixa tolerância às frustrações.

·       O desencanto com os amigos.

·       Medo da vulnerabilidade.

·       A descrença no ato de viver.

·       O hábito sistemático da queixa improdutiva.

·       A revolta com normas coletivas para o bem de todos.

·       A indisposição de conviver com os diferentes.

·       A relação de insatisfação com o corpo.

·       O apego aos fatos passados.

·       O sentimento de menos valia perante o mundo.

·       O descaso com os conflitos, a negação dos sentimentos.

·       A inveja do sucesso alheio.

·       A desistência de ser feliz.

·       A decisão de não perdoar.

·       A inconformação perante as perdas.

·       Fixação obstinada nos pontos de vista.

·       O desamor aos que nos prejudicam.

·       O cultivo do personalismo- a exacerbada importância pessoal.

·       O gerenciamento ineficaz da culpa.

·       As aflições fantasmas com o futuro.

·       A tormenta de ser rejeitado.

·       As agruras perante as críticas.

·       Rigidez nas atitudes e nos objetivos.

·       Conduta perfeccionista.

·       Sinergia com o pessimismo.

·       Impulso para desistir dos compromissos.

·       Pulsão para controlar a vida.

·       Irritabilidade sem causas conhecidas. ”

A partir de agora, assume o compromisso consigo mesmo, de buscar felicidade interior. Todas essas ações ou sentimentos ação sinais de depressão da alma, porque criam ou refletem um desajuste da criatura com a existência, levando-a paulatinamente, a roubar de si mesma a sinergia da vida (Ermance Dufaux).

Bilhões e bilhões de homens estão atualmente deprimidos. E ao assumir o compromisso da busca da felicidade, compromete-se consigo a adotar a seguinte prática de auto terapia.

1º) Encarar-se e, identificar-se dentro desse contexto descrito acima, que necessariamente não precisa ser em todos os sinais. Seja honesto consigo mesmo!

2º) Uma vez identificados os pontos em comum, pergunte a si mesmo: O que preciso mudar sobre esse aspecto no qual estou inserido?

3º) Sabendo o que precisa mudar, questione-se mais uma vez: Como você pode mudar o que de fato, precisa ser mudado?

4º) Ao descobrir como irá mudar, relacione o passo a passo da sua estratégia de mudança interior. Quando você escreve aumenta o compromisso e fortalece o seu objetivo de mudança.

Por fim, comece o seu movimento de reforma íntima colocando em prática, modificando suas atitudes, sua conduta diante dos acontecimentos da vida, apelando sempre para o uso do bom senso, da razão e do equilíbrio emocional. Somente assim, conseguindo se livrar das amarras interiores da alma, conseguirás perceber que a felicidade existe e está dentro de você, nas questões do SER.

Em o Livro dos Espíritos, questão 922, explica que a felicidade...

 “Com relação à vida material é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro. ”

Reflexionando...você já pode responder à pergunta... Você é feliz?

É sem dúvida alguma, um ato de inteligência, criar um relacionamento pacífico com as imperfeições não só as nossas como também as do próximo, para que possamos dar os primeiros passos para uma vida saudável e de crescimento, sem as amarguras que adoecem o corpo e nem as amarras que possam impedir a sua evolução espiritual e moral.

Livrar-se das angústias e do martírio, direciona a alma para uma educação amorosa, pois quando aceitamos nossos sentimentos, desejos, ações, impulsos e pensamentos, sem reprimi-los, julgá-los ou condená-los, passamos a compreender, investigar e redirecionar essas energias com mais respeito a si mesmo e às suas limitações impostas pelo seu nível de evolução espiritual e moral.

Ame a vida que tem e ame quem você é de verdade. Procure viver um dia após o outro, aproveitando com mais eficácia as oportunidades que seguem no sentido de satisfazer nossas reais necessidades.

De nada adianta desperdiçar tempo e energia para fazer algo acima das suas verdadeiras necessidades. Nós só daremos conta daquilo que realmente podemos. Nem mais, nem menos.

Quando desejamos fazer aquilo que não podemos, estamos escolhendo o caminho mais difícil a seguir, o do martírio interior. Não idealize caminhos, nem cobre de si o impossível. Não aceitar sua condição íntima acaba na insatisfação e no desequilíbrio.

Se você deseja ser feliz, comece amando-se, livre-se das amarras das mágoas, mantenha-se sereno diante das acusações, se você nada tem a ver com elas, fique tranquilo, a verdade virá à tona.

Apegue-se às coisas interiores, do emocional, do SER e sinta o prazer de estar bem, encontrar soluções e os valores que construiu no seio de sua família. Procure ser sempre indulgente com seu semelhante, você não conhece a real raiz de suas dores. Cada um tem um limite singular, tênue e individual da capacidade de sentir. Busque o prazer de viver junto aos que ama e procure espontaneamente colaborar para o bem de todos e de tudo. Segue em frente, vai ser feliz!

Vida e Paz!

Por Alessandra Uzêda

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