segunda-feira, 16 de junho de 2014

Consolador Prometido (ESDE)

Consolador Prometido


1. O Evangelho de João registra da seguinte forma a promessa de Jesus relativa ao Consolador: "Se me amais, guardai meus mandamentos. E rogarei a meu Pai e ele vos dará  outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará  convosco e estará em vós" (João, 14:15 a 17).
2. Um pouco mais adiante, o mesmo Evangelista atribui a Jesus as seguintes palavras: "Eu vos tenho dito estas coisas enquanto permaneço convosco. Mas o Paráclito, o Santo Espírito, que meu Pai vos enviará em meu nome, vos ensinará  todas as coisas e vos fará  lembrar o que vos disse" (João, 14:25 e 26). (Paráclito ou paracleto significa mentor, defensor, protetor.)
3. Verifica-se por essas palavras que o Consolador prometido por Jesus, também chamado de Santo Espírito e de Espírito da Verdade, seria enviado à Terra com a missão de consolar, lembrar o que ele dissera e ensinar todas as coisas.
4. O Consolador, como Espírito da Verdade, teria, pois, de dar ao homem o conhecimento de sua origem, da necessidade de sua estada na Terra e do seu destino, espalhando por todo o lado a consolação que advém da fé e da esperança.
5. Seu compromisso com a verdade (o ensino de todas as coisas) o eleva à condição de uma nova Revelação (a terceira) da lei de Deus aos homens. Ora, o Espiritismo, procedendo de Espíritos sábios e bondosos, num verdadeiro derramamento da mediunidade na carne, preenche integralmente essas condições, visto que:

1
o - procura lembrar-nos o que Jesus ensinou;
2
o - ensina-nos muitas coisas que o Evangelho não pôde explicar adequadamente;
3
o - consola e conforta os que sofrem ao mostrar-lhes a causa e a finalidade dos sofrimentos humanos.

6. A revelação cristã sucedeu à revelação mosaica; a revelação dos Espíritos veio completá-la. O Espiritismo é, pois, segundo os próprios Espíritos superiores, o Consolador prometido pelo Cristo.
7. Várias foram as razões que justificaram a promessa do Cristo, relativamente ao advento do Espírito da Verdade. Uma delas seria a inoportunidade de uma revelação total e completa pelo Cristo, numa época em que o homem não estaria amadurecido para compreendê-la. Outra razão seria o esquecimento e a falta de vivência das verdades apregoadas no Evangelho. E mais do que isto, destacam-se como forte razão as distorções premeditadas que a mensagem evangélica sofreu ao longo dos tempos. Kardec afirma, em "A Gênese", terem sido dois mil anos de fermentação e de criminosas deformações da mensagem cristã.
8. A relação entre o Espiritismo e o Consolador prometido está no fato de a Doutrina Espírita preencher todas as condições inerentes ao Paráclito anunciado por Jesus. Como assinala Kardec, o Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos de toda gente, pois fala sem figuras, nem alegorias, e levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios, trazendo a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem.
9. Se, de um lado, o Espírito da Verdade se apresentava aos homens, à frente de elevadas Entidades espirituais, que voltaram à Terra para completar a obra do Cristo, de outro Kardec se punha a postos, à frente de criaturas espiritualizadas, dispostas a colaborar na imensa tarefa. Cumpria-se, assim, uma promessa do Cristo, por meio de todo um imenso processo de amadurecimento espiritual do homem.
10. Kardec foi, portanto, o instrumento de que se serviu o Alto para completar a mensagem do Cristo, como ele mesmo havia prometido, por intermédio de uma Doutrina altamente consoladora e intimamente ligada ao ensino moral contido no Evangelho de Jesus, que permanecerá  para sempre conosco.

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