segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Intolerância e Perfeccionismo - Série Meditação - Vídeo 22





Intolerância e Perfeccionismo

Vamos relaxando, sentando-se confortavelmente. Vamos esvaziar a mente escutando uma música que nos levará a refletir sobre a importância do silêncio e do amor.

A sintonia que você estabelecerá com a música, é que irá te levar ao lugar que você deseja estar ou que estiver em sua sintonia.

A música.... O silencio está cantando...

Com os olhos da alma, olhe ao seu redor, e perceba como é o lugar onde a sintonia de seus sentimentos o levou. Procure perceber com toda a sutileza necessária o ambiente que o cerca.

Mais à frente, estais a enxergar o Ancião de vestes brancas, barba comprida e um cajado nas mãos. Lentamente, vai se aproximando vindo ao seu encontro para falar-lhe sobre a necessidade de sermos mais tolerantes e menos intransigentes, de sermos mais compreensivos e menos críticos conosco e com os nossos semelhantes.

Paremos um instante e nos perguntemos:

Por que somos tão intolerantes?

Por que sentimos tanto prazer em comentar o lado desagradável de pessoas e situações?

Por que enxergamos tão bem o cisco no olho do nosso vizinho e não enxergamos a trave no nosso?

Por que exigimos perfeição dos que nos rodeiam e somos complacentes com nossos abusos?

Meu amigo, é muito natural que não tenhais resposta para todas essas perguntas, pois isso acontece com a maioria das pessoas que se encontram em franco processo de evolução espiritual.

E sabe por que ainda somos assim? Porque ainda predomina em nós o orgulho, que nos leva a dissimular nossos próprios defeitos! E a vaidade, que os disfarça de mil modos!

Estamos vivendo um momento delicadíssimo no que diz respeito a intolerância. Mas quando tratamos desse assunto, não estamos nos referindo apenas a intolerância social, política, religiosa, entre povos e nações.

Estamos falando da intolerância que sai de nós mesmos em direção aos nossos semelhantes, ao nosso próximo mais próximo, em todo e qualquer momento, seja onde for que estejamos.

Allan Kardec, que atuou como professor dos 19 aos 50 anos de idade, tinha uma preocupação enorme com as atitudes dos pais e educadores, das pessoas em geral, em relação aos jovens e crianças. Dizia ele que, uma palavra mal colocada por causa de um gesto de intolerância poderia por a perder todo o processo de regeneração de um ser.

No sermão da montanha, Jesus encorajou, enfaticamente, os mansos e pacíficos, isto é, os cultivadores da serenidade e da paciência; encorajou igualmente os pacificadores, ou seja, aqueles que promovem a paz. Encorajou-os para que continuassem com aquela postura, para que não desanimassem diante da dureza do coração humano e das dificuldades da vida, pois se assim fizessem, sairiam vitoriosos, dignos de merecerem o "Reino dos Céus".

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, CAPÍTULO IX
BEM-AVENTURADOS AQUELES QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS

No item INJÚRIAS E VIOLÊNCIAS Kardec faz alusão aos ensinamentos de Jesus que diz:

o   Faz da doçura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência uma lei.

o   Condena a violência, a cólera e mesmo toda expressão descortês com respeito ao semelhante.

o   Em toda circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta.

o   Toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade, que deve regular as relações dos homens e manter entre eles a concórdia e a união; que é um insulto à benevolência recíproca e à fraternidade.

o   Depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.

·       Quando a Lei do amor e da caridade for a lei da Humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento.

Não deixe que a intolerância se torne uma prática em sua vida. Se a situação estiver extremamente complexa e perturbadora, ao invés de se render a qualquer gesto de intolerância, ligue o alerta S.O.S. = Silêncio. Oração e Serviço.

Busca no silêncio o encontro com a paz interior, reequilibra as suas energias e emoções a fim de que possa agir no equilíbrio e no amor.

Não permitas que a busca intensa pelo perfeccionismo o torne ainda mais intolerante consigo mesmo e com os outros.

O perfeccionismo é uma virtude maravilhosa para os seres perfeitos. Não há na Terra aqueles que sejam perfeitos.

Somos todos aprendizes na escola da vida espiritual, e por isso, é muito inteligente admitir a possibilidade de errar enquanto ser humano, e, sobretudo, de consertar esse erro, após tomar a consciência de que ele existe e que você o criou.

O perfeccionismo coloca em ação emoções negativas que poderão ser um entrave nas relações com o seu próximo: a pretensão de achar que tudo o que se faz é perfeito, que nada é passível de erro, e o pior, achar que os outros têm que ser igualmente a você, evidenciando o individualismo e o egoísmo em suas ações.

O perfeccionismo mostra uma não aceitação de si mesmo, de auto reparação, e até, de autocondenação, pois que este ser não está preparado para errar.

Pessoas com elevado grau de perfeccionismo, como traço marcante de sua personalidade, desfruta de grande desconforto interior, um desassossego constante com relação a tudo o que se faz, descontrola-se diante de certas situações, pois que apresentam baixa tolerância às frustrações, repercutindo numa ansiedade permanente diante de suas realizações. Medos, irritações sem aparentes motivos, angústia e sofrimento em relação ao que sucederá... enfim...o perfeccionismo é uma virtude negativa por se constituir num grande obstáculo ao aprendizado e à evolução moral e espiritual do ser humano. Muitos acabam num profundo martírio de conflitos, isolamentos, que acaba por desanimá-lo, ao invés de incentivá-lo a mudar e seguir em frente.

Devemos nos abrir às possibilidades de mudanças, de perceber a importância da flexibilidade que devemos ter frente às diversidades que o mundo nos coloca como desafios para a nossa própria evolução, diversidades estas que exigem cada vez mais um elevado grau de tolerância para com todos.

Não há outro caminho para livrar-se dessa busca constante pelo ideal de perfeição, que não seja o de aceitar as imperfeições como verdade e utilizá-las como meio de evoluir e modificar-se. Eis o caminho e a verdade disse o Ancião, que segue o seu caminho deixando em cada um de nós, a sementinha da tolerância, da compreensão e aceitação de nós mesmos e daquele que caminha ao nosso lado pelos mesmos ideais de evolução.

Que a Paz de Deus esteja com todos!




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