terça-feira, 14 de outubro de 2014

O Evangelho como roteiro para a família - Livro Evangelho e Família de Adenáuer Novaes


O Evangelho como roteiro para a família
Adenáuer  Novaes

Por detrás das palavras escritas pelos evangelistas a respeito do que Jesus disse, existem preciosas lições de sabedoria que, quando contextualizadas, oferecem roteiros para a compreensão dos mais diversos problemas familiares.

Para alcançarmos um significado mais profundo, além das palavras, é preciso abrir o coração para o sentimento do amor e a mente para a sabedoria espiritual. 

A utilização do Evangelho, como ferramenta para o trato social, não exclui sua aplicação ao mundo íntimo de cada um, sobretudo quando na vivência das relações familiares.Nelas o espírito se desenvolve e retoma seus processos psíquicos deixados em aberto nas encarnações precedentes. 

O Evangelho ou Boa Nova é um guia precioso que pode nos fazer entender melhor, do ponto de vista psicológico, os mais complexos problemas envolvendo o relacionamento familiar.

Jesus falou para pessoas que viviam num contexto familiar, portanto suas palavras não se dirigiam apenas a eles, mas também à família da qual faziam parte. 

Jesus trouxe ideias que podem nos levar ao entendimento de que a vida em família é um sistema possível, no qual a convivência e o auxílio mútuo podem proporcionar a felicidade ao grupo de espíritos que dela fazem parte.

Suas ideias penetram o Espírito fazendo com que este olhe para si mesmo, mostrando-lhe que a Vida é mais do que o corpo e do que sua exclusiva felicidade. 

Não estamos mais no tempo em que uma única pessoa é responsável pelos destinos de uma família. Todos agora são con- vidados a assumir os rumos que o grupo familiar vai seguir. Pais, filhos e agregados são co-responsáveis pelo futuro da família.

A partir da adolescência o espírito assume sua encarnação, saindo da condição de criança que precisa de cuidados para a de adulto que já colabora e participa das decisões coletivas.

O espírito cada vez mais precocemente assume seus processos cármicos que influenciarão o próprio destino. Por esse motivo, a família se torna mais cedo o palco onde todos são convocados a colaborar uns com os outros, no qual se misturam desejos e expectativas com as provas que a Vida propõe a cada um.

O Evangelho em família deve ser passado principalmente pelo exemplo. Quando verbalizado deve mostrar-se como lições imortais de amor e luz, proferidas com suavidade e sem manipulações moralistas. 

Que adianta proferir palavras para convencer alguém de uma moral que ainda não se pratica? 

O Evangelho não pode ser transformado numa camisa de força para as gerações que estão reencarnando. Deve ser passado principalmente pelo comportamento, pois as palavras passam e as atitudes se impregnam em quem as vê. 

Não se deve obrigar alguém a aceitar uma ideia. Muito embora se deva tentar passá-la, é preciso respeitar os limites de cada um e seu momento evolutivo. 

A luz do Evangelho pode cegar aqueles que não estão acostumados à claridade, por isso é preciso ter paciência para que eles se acostumem. É preciso mostrá-la em doses adequadas para que sua divina claridade não prejudique sua absorção.

As palavras de Jesus foram utilizadas para diversos fins. Uns fizeram delas bandeira para dominar e matar. Outros, como Evangelho e Família fio condutor do espírito para os caminhos do amor. 

Os exemplos são muitos de parte a parte. Temos que nos conscientizar do uso que delas fazemos para que os espíritos que conosco convivem não morram pelo nosso dogmatismo.

 A tolerância e a paciência, além do desejo sincero de auxiliar o outro, são instrumentos mais eficazes do que palavras, por mais verdadeiras que sejam. 

Cada um traz seus processos cármicos a serem resolvidos. Eles são intransferíveis. 

O Evangelho, se bem vivido, torna-se poderoso instrumento para que a encarnação seja um abençoado momento de equilíbrio e aprendizado. 

Os ensinamentos nele contidos podem ser encontrados em outras religiões, pois o amor e a sabedoria não são privilégios dos cristãos e sim patrimônio de Deus. 

A família é o núcleo básico da sociedade e sua expressão mais simples. Cada ser humano no convívio familiar deve aprender e vivenciar experiências que serão úteis em sua vida social. 

Deve buscar ser na sociedade o que é em família e vice-versa. Ausentar-se dela, sob pretexto de que é diferente dos demais com quem convive, é fugir do próprio destino e da oportunidade de crescer espiritualmente. 


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