segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

"Trabalhando a Mágoa em nós" - Série Meditação - Video 05 - Por Alessandra Uzêda



Refletindo a Mágoa em nós.

Vamos fechar os olhos, sentar-se confortavelmente, nos desligar do ambiente externo e nos voltar para dentro de si. Nesse momento, vamos nos ligar a Jesus Cristo em pensamento e sintonia de amor.... Jesus está feliz... sorrindo pra você nessa busca tão importante pela autotransformação. Energia que vibra em nossos corações, de amor... de paz... de equilíbrio..
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Diga para si: esse é um momento especial em minha vida. Pela primeira vez, vou encontrar-me pessoalmente, com um dos maiores obstáculos da evolução do ser humano e do ser espiritual, encarnados e desencarnados.

Esse obstáculo a que estamos nos dispondo a eliminá-lo de nossa caminhada chama-se Mágoa.

Agora que sabemos qual a primeira pedra de nosso caminho que precisamos compreender para eliminá-la. A mágoa é um sentimento perfeitamente aceitável em se tratando de almas iluminadas com o conhecimento espírita.

Sim, você é uma alma iluminada pelo conhecimento espírita por isso pode aceitar a Mágoa como verdade, sem medo, nem receios. Todavia, saber administrar os efeitos nocivos das ofensas em nossa vida, isto sim, constitui grave desafio ético cristão. É a arte de perdoar.

Oh Irmã Elisabete, ajuda-nos com todos o seu amor e compreensão, a enfrentar um dos efeitos mais nocivos que a mágoa pode ter: a atitude de indiferença. Precisamos compreender que a indiferença é uma tentativa improdutiva da alma, de tentar negar ou anular sentimentos, de negar o afeto que em sua concepção foi traído.

Diga para si... eu aceito a realidade dos meus sentimentos ainda que estes não sejam tão nobres. Não serei indiferente! Ser indiferente nos fixa em pontos falhos, nas más recordações e nas constantes sensações de desconforto perante os ofensores.

Vamos! Se esforce para atender ao apelo de sua alma que lhe solicita coragem para perdoar. Não conseguindo atende-la, redunda em males a si próprio.

 A mágoa cristaliza nossa visão no lado mais feliz das pessoas que no ofenderam pois guardamos apenas recordações infelizes de todos eles, caindo na descrença.

Sob o efeito da ofensa somos capazes de esquecer, automaticamente, o afeto e os momentos de alegria que tivemos com nossos ofensores. Esse talvez seja o seu pior efeito.

E o perdão? Perdão é emoção e não apenas memória. Não se trata apenas de apagar da memória daquilo que nos fez mal. Precisamos resignificá-la.

Venho lhes convidar a executar a prova mais autêntica do perdão no mundo íntimo...procuremos resguardar o nosso foco mental nos aspectos positivos das pessoas que nos ofenderam.

Pense naquela pessoa que você teve a oportunidade de conhecer, fruir amizade, carinho e momentos gratificantes, e que sob, o manto negro da ofensa, passaram à condição de adversários.

Veja com os olhos da alma quantas coisas maravilhosas vocês viveram juntos, mas que de repente você só tem olhos e mente para o deslize do ofensor.

Pergunte-se nesse momento, quais os motivos profundos que nos atrelam à mágoa em relação a alguém. Quase sempre na raiz de nossas mágoas há interesses pessoais contrariados.

Pergunte-se intimamente...porque nos sentiríamos ofendidos se não houvesse algo pessoal?

A mágoa expressa um sentimento de injustiça. Sentimos a mágoa sempre associada à sensação de perda, de termos sido lesados.

Vamos voltar ao momento exato em que fomos agredidos. Nesse momento certamente estava tomado de emoções raivosas de defesa própria em relação ao agressor. A mágoa tem como elemento emocional básico a raiva. Essa raiva faz parte do sistema defensivo da alma, de sua alma.

Você é um ser em busca de autotransformação. Não pode mais magoar-se com a Verdade sobre si mesmo. Ao descobrir sobre a sua vida profunda, não se magoe nem sinta raiva de si próprio. A Auto cobrança e a autopunição nos faz melindrar, nos magoa profundamente. Não sofra com esse auto encontro, lembre-se de que você e o seu homem velho fundiram-se em luz. Hoje vocês são um só.

Você agora está construindo o Homem Novo, livre das mágoas e das raivas sentidas por si e pelo próximo. Precisamos sair da ignorância que teima em manter-nos cegos acerca da nossa realidade moral.

Meus irmãos, nesse cenário, ninguém passará sem experimentar a dureza dos chamados. Muitos desses chamados virão de irmãos de caminhada e serão tomados como agressões geradoras de ressentimentos.

Os ambientes de doutrina é um convite para as descobertas interiores e, muitas delas, serão realizadas sob chancela da ofensa.

Precisamos ter a consciência de que o ofensor irá passar pela nossa vida e se vai; a mágoa por sua vez será levada conosco até o momento que descobrirmos seu significado divino, o que ela tem para nos ensinar.

Se não percebermos o quanto ela nos faz mal, poderemos não só perder o fruto do que ela pode nos ensinar, e além disso, cultivá-la em redoma na vida emocional, adulando um projeto de doenças fulminantes. A mágoa não faz parte de Deus, é obra e criação do homem!

Nós espíritas precisamos aprofundar conceitos acerca da nossa educação moral. Urge a necessidade de mudanças legítimas na conduta de cada dia fundamentadas nos ensinamentos de amor do Cristo e orientadas à razão de da doutrina espírita.

Reflita sempre naquilo que sentes! Não há sentimentos na vida íntima que não tenham significado educativo para nossa caminhada.

Não se pode determinar o que se pode ou não sentir, o que se tornaria deseducativo. Precisamos nos lançar num projeto de alfabetização emocional, com o objetivo de organizar melhor as ideias acerca do mundo íntimo.

Vamos juntos imbuídos na proposta espírita de melhoria e mudanças de atitudes. Esse é um desafio ético para que possamos criar relações mais enobrecedoras.

Sem entendermos nossa vida afetiva rodaremos em círculos de dor com reações aprendidas tais como a culpa, a rivalidade silenciosa, a vergonha, o remorso e a própria raiva reprimida que se converte em estado melindroso, depois em mágoa e rancor, e mais adiante em ódio.

Perdoar é compreender. Quem perdoa atendeu as razões da mágoa.

Para perdoar não teremos que entender necessariamente a conduta do ofensor, mas a razão de nos sentirmos ofendidos. Então pergunte-se: por que as mágoas e as perdas nas minhas relações com esse alguém me ofendem tanto? Será que essa mágoa não me aconteceu para que pudesse enxergar algo que não estou querendo ver de outro modo?

Jesus disse em Mateus, capítulo 9,v.13: 

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.”

Nós médiuns precisamos nos conhecer a fundo, em nossas virtudes e em nossas imperfeições a fim de que possamos prosseguir com a nossa evolução espiritual, livrando-se sobretudo das amarras do passado. Porém, se precisamos nos conhecer a fundo, Dona Maria Modesta vem trazer-lhe a luz de que precisamos através do livro “Quem Sabe pode muito, quem ama pode muito mais” tomando um exemplar da obra de Emanuell, capítulo XI, psicografia de Francisco Cândido Xavier que diz:

-“Quem são os médiuns na sua generalidade?”

- “Os médiuns em sua generalidade não são missionários na sua acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastrosamente, que contrariaram sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude.  São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.”

Somos médiuns. Deixamos de construir a nossa identidade psicológica. Praticamos repetidamente a atitude de dominar e possuir os valores da vida alheia. Exercemos com tanta intensidade o poder sobre a vida alheia, que abdicamos de adquirir domínio pessoal, e por isso tudo, estamos aqui, na busca incessante de construir esse Homem Novo, de virtudes e atitudes enobrecedoras. Não há mais tempo para se perder tempo. O momento de fazer diferente é agora. Que os nossos Anjos Guardiões, Espíritos Protetores, Espíritos Amigos possam estar imbuídos de nos ajudar a vencer essa nova empreitada a que nos dispomos a seguir, no caminho do bem e do amor ao próximo.

Que a paz de Deus esteja com todos!
Vida e Paz!

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