quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

III- Decepção, Ingratidão e Quebra de Afeição - O Livro dos Espíritos, Allan Kardec-LIVRO QUARTO: ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES-CAPÍTULO I-PENAS E GOZOS TERRENOS

LIVRO QUARTO
ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO I-  PENAS E GOZOS TERRENOS
III- Decepção, Ingratidão e Quebra de Afeição
(Questão 937 a 938)
As decepções provocadas pela ingratidão e pela fragilidade dos laços de amizade são, também, para o homem de coração, uma fonte de amarguras, mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e soa amigos infiéis, que serão mais infelizes do que vós.

A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará mais tarde corações insensíveis como ele próprio o foi. Pensai em todos os que fizeram mais bem do que vós, que valiam mais do que vós, e no entanto foram pagos com a ingratidão.
 Pensai que o próprio Jesus, quando na Terra, foi injuriado e desprezado, tratado de patife e impostor, e não vos admireis de que o mesmo vos aconteça.

Que o bem que fizeste seja vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem os beneficiados. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem. Isso vos será levado em conta, e os que não vos foram reconhecidos serão punidos tanto mais quanto maior houver sido a sua ingratidão.

 Não se deve pensar que as decepções causadas pela ingratidão não podem endurecer o coração e torná-lo insensível, porque o homem de coração, como dizes, será sempre feliz pelo que praticar. Ele sabe que, se não o reconhecerem nesta vida, na outra o farão, e o ingrato sentirá então remorso e vergonha.

Este pensamento não impede que o seu coração se sinta ferido. Ora, disso pode nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível. Se ele preferir a felicidade do egoísta, uma bem triste felicidade! Se ele sabe, no entanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito dos mesmos, não deve mais lamentar a sua perda. Mais tarde encontrará os que melhor o compreenderão. Lamentai os que vos tratam de maneira que não mereceis, pois terão uma triste recompensa. Mas não vos aflijais por isso: é o meio de vos elevardes sobre eles.

Comentário de Kardec: A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que simpatizem com o seu. Ela lhe concede, assim, as primícias da felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: essa é uma ventura recusada ao egoísta.


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